A diretora Manuela Andrade, vencedora do prêmio de Melhor Filme, com os integrantes do Júri

O Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades – apresentou na noite deste sábado (10) os filmes vencedores da edição 2018, a 17ª do evento. Os jurados escolheram como melhor filme “Fantasia de Índio”, de Manuela Andrade. Já o Prêmio Incentivo Primeiro Plano ficou com Pedro Victor Soares, pela obra “Vida de estradeiro”. Ele receberá uma verba de R$ 9 mil para que um novo curta seja produzido e apresentado na abertura da 18ª edição, em 2019. A relação completa dos vencedores pode ser conferida no final deste release.

O festival este ano levantou a bandeira da resistência e da necessidade de discutir os direitos em um Brasil plural e diversificado, tanto nos pensamentos e desejos, como também na cultura
e nos afetos. Na avaliação do júri, formado por Bruna Carvalho Almeida, Marilha Naccari e Maximiliano Gallo, “Fantasia de Índio” traduziu esta ideia e entregou, através de uma linguagem lírica e, ao mesmo tempo, objetiva, “a integração da potência política, poética e histórica na obra de arte”.

O estudante Pedro Victor Soares vencedor do Prêmio Incentivo Primeiro Plano, assim definiu o momento: “ Por estar comemorando o aniversário
do pai, em outra cidade, o estudante Pedro Victor Soares, vencedor do Prêmio Incentivo Primeiro Plano, foi representado na premiação pela melhor amiga, Gabriela Weiss. “Fui a primeira pessoa a ver o filme e sou apaixonada pela história. Fico feliz em ver como as pessoas, assim como eu, se emocionaram.”

Sucesso de público

Ao longo de seis dias, o Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, apresentou 49 curtas-metragens, dentro de duas mostras competitivas: Mercocidades e Regional. Todos estes filmes tiveram como casa o recém-inaugurado Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno que, pela primeira vez, abrigou o festival. Para isso, a sala
foi equipada com aparelhos de som e imagem.

Além destes filmes, foram exibidos, ainda, cinco longas inéditos e outras mostras especiais, não apenas no teatro, como também no Cinemais do Shopping Jardim Norte, na Escola Municipal Nagib Félix Cury, em Penido, e na Praça CEU do Bairro Benfica, na Zona Norte.

Nas sessões Lanterninha, produções cinematográficas para crianças e jovens foram apresentadas, em horários específicos, com
acessibilidade. A ideia foi não apenas aproximar deficientes auditivos e visuais do cinema, como também discutir a temática da inclusão com o
próprio público.

A equipe que realiza o Primeiro Plano junto com os realizadores desta edição

Encontros e debates
Paralelamente, o festival organizou oficinas e promoveu encontros e debates. O último deles, neste sábado, foi o inédito Encontro de
Coprodução Audiovisual na América Latina, que abordou as possibilidades de intercâmbio e financiamento para se fazer cinema em parceria com outros países.

O festival Primeiro Plano é uma iniciativa do Luzes da Cidade, grupo de cinéfilos e produtores culturais de Juiz de Fora.

Mostra Competitiva Mercocidades

Melhor Filme: Fantasia de Índio, de Manuela Andrade
Melhor Direção: Jesús Alves, por A culpa
Melhor Roteiro: Flora Pappalardo, por Fofa
Melhor Concepção Fotográfica: Adalberto Oliveira, por EntreMarés
Melhor Concepção Sonora: Guilherme Farkas, por Inconfissões
Melhor Montagem: Felipe Fernandes e Luciano Carneiro, por Inconfissões
Melhor Direção de Arte: Daniel Araujo, por Bolha
Melhor Trilha Musical: Mateus Alves, por Bolha
Melhor Interpretação: Paula Passos, por Coração é terra que ninguém
vê, e Sofia Nunes Lopes, por Inadequada
Melhor Primeiro Plano: Lirion, de Camila Macedo
Menção Honorosa: Domingo, de Jasmín Ferreira

Júri Jovem
Cachurú, de Johanna Gribaudo e Matías Lebrero
Menções honrosas:
Convite Vermelho, de João Victor Almeida
Lirion, de Camila Macedo

Voto do Público: Convite Vermelho, de João Victor Almeida

Mostra Competitiva Regional

Incentivo Primeiro Plano: Vida de estradeiro, de Pedro Victor Soares
Prêmio Luzes da Cidade: Onde estará João Vinagre?, de Mariana Costa

Prêmio José Sette: Chuva e Breu, de Danilo Pereira

Voto do Público: Lugar de Quê, de Karina Orquidia

A organização do Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades – guardou para o último dia uma das principais novidades desta edição. Neste sábado, cinéfilos se reúnem em Juiz de Fora para o primeiro Encontro de Coprodução Audiovisual na América Latina. A ideia é discutir as dificuldades do setor e trocar experiências sobre possibilidade de intercâmbio e financiamento. O  encontro acontece às 14h, na sede da Funalfa (Parque Halfeld esquina com a Avenida Rio Branco) e é aberto ao público.

Os convidados para compor a mesa de discussões e compartilhamento de experiências são cineastas com experiências em longas produzidos no Brasil e no exterior. Entre eles, Mônica Lairana e Carol Ribeiro, produtora e diretora do filme “A Cama” (La Cama), uma coprodução entre Brasil, Argentina, Alemanha e Holanda; e o produtor Leonardo Ayres, do filme “O homem que cuida” (El hombre que cuida), coproduzido entre República Dominicana, Porto Rico e Brasil.

Vencedores serão conhecidos neste sábado

No último dia do Primeiro Plano, também serão conhecidos os vencedores das mostras Regional e Mercocidades.

 Ao longo da semana, 49 produções cinematográficas estão sendo exibidas no Teatro Municipal Paschoal Carlos Magno que, pela primeira vez, foi a casa do festival.

Além disso, desde segunda-feira outros eventos paralelos aconteceram, no teatro e outros espaços da cidade, como a Funalfa, a UFJF e o Shopping Jardim Norte. Incluindo oficinas, debates e sessões especiais voltadas aos deficientes auditivos e visuais.

Na noite de sábado, às 20h, acontece a cerimônia de encerramento.  Antes haverá a exibição de dois curtas: o argentino “Minha tristeza não é minha”, de Maximiliano Galo, e o brasileiro “Deus”, dirigido por Vinicius Silva.

Oficina de Correção de Cor, ministrada pro Glauco Guigon

Paralelamente às mostras do Primeiro Plano 2018, foram realizadas algumas oficinas teórico-práticas com temáticas relacionadas ao universo do cinema: Oficina de Correção de Cor (Color Grading), Oficina de Edição de Som – “Caminhadas Sonoras Pelo Cinema”, Oficina de Documentário – “Amor Pelo Personagem” e a Oficina Querô – “Sensibilização, Roteiro e Filmagem”. Todas as quatro oficinas foram realizadas em três encontros, nos dias 06, 07 e 08.

O coordenador de oficinas do Primeiro Plano, Nilson Alvarenga, explicou que as temáticas deste ano, principalmente as de cor e som, foram escolhidas pensando no público que já realiza produções, independente da experiência que essa pessoa tenha. Ambas as oficinas trabalharam a parte de finalização das produções já gravadas.

As Oficinas 

Oficina de Documentário – Amor ao Personagem, com Rodrigo Carneiro

A Oficina de Correção de Cor (Color Grading), ministrada pelo colorista Glauco Glicon, fundador da Yellow Bunker, foi realizada na Faculdade de Comunicação da UFJF. Os encontros foram avançando gradativamente do nível teórico ao prático. Glauco passou pelas teorias de cor, looks para cinema e técnicas de colorismo; desenvolveu a parte técnica do colorismo utilizando o programa Davinci Resolve e finalizou os encontros auxiliando os alunos na aplicação de todo o conhecimento adquirido ao longo dos dias em um material levado por ele.

A turma da oficina de Edição de Som – Caminhadas sonoras no cinema com Thiago Sobral

A Oficina de Edição de Som – “Caminhadas Sonoras Pelo Cinema”, foi ministrada pelo mixador, compositor de trilhas sonoras, editor e técnico de som, Thiago Sobral e os encontros foram realizados na Funalfa. Thiago propôs um estudo da paisagem sonora de Juiz de Fora. Como ele próprio nunca tinha vindo à cidade, sentiu a necessidade de conhecer e se familiarizar, e fez isso através dos sons. A oficina começou com a realização de algumas dinâmicas relacionadas à sensibilização da escuta e depois os alunos gravaram suas próprias peças utilizando os conceitos de composição e paisagem sonora, música concreta e eletroacústica.

Das três oficinas que tiveram inscrições abertas ao público, a Oficina de Documentário – “Amor Pelo Personagem”, foi a única voltada para o processo de pré produção. Os encontros foram conduzidos por Rodrigo Carneiro, licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFPO), e formado em montagem pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de Cuba (EICTV), e realizados na casa principal do Festival, o Teatro Paschoal Carlos Magno. Leonardo Morais, que participou da oficina disse que os encontros funcionaram de maneira bem fluida, “perpassando por diversas linguagens de documentário e diferentes construções narrativas”. O oficinista Rodrigo Carneiro, apresentou alguns documentários e promoveu discussões onde ele, juntamente com os participantes, tentava entender as construções narrativas levando em conta os pontos positivos e negativos. Na parte prática da oficina foram construídos personagens pensando em trabalhos futuros dos próprios alunos.

Democratizando o audiovisual

A Oficina Querô – “Sensibilização, Roteiro e Filmagem” foi realizada por meio da Parceria que o Primeiro Plano possui com o Centro Educacional de Referência Herval da Cruz Braz (Centro Herval). Voltada para o público infanto-juvenil, a Oficina Querô funcionou como forma de iniciação dos alunos ao audiovisual. Passando pelas etapas de sensibilização, roteiro e filmagem, os alunos puderam produzir seus próprios curtas, com um minuto de duração. Para que os alunos escolhessem o tema do mini-metragem, foram realizadas dinâmicas incentivando o pensamento crítico, a auto-avaliação e a discussão sobre o meio em que os alunos vivem. Após a escolha eles partiram para o desenvolvimento do roteiro e definiram qual filme seria gravado por eles no último dia de prática. Com toda a teoria pronta eles foram para a prática e gravaram o mini-metragem que será editado pela equipe que ministrou a oficina e exibido no encerramento do Primeiro Plano 2018.

O coordenador de oficinas, Nilson Alvarenga, disse que essa é uma forma de abrir os horizontes dos alunos, que talvez nunca tivessem contato com esse tipo de atividade.

A personagem Rosália no longa “Pela janela”

A programação desta quarta-feira do Festival Primeiro Plano traz mais uma novidade: a exibição de dois longas-metragens. Às 19h,  o Cinemais do Shopping Jardim Norte abre as portas para o filme “Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida. Já às 21h15, “Pela janela”, de Caroline Leone, encerra a noite no Teatro Paschoal Carlos Magno.

Com 84 minutos de duração, “Pela janela” conta a história de Rosália (Magali Biff), uma operária de 65 anos, que dedicou sua vida ao trabalho em uma fábrica de reatores da periferia de São Paulo. Após ser demitida, ela é consolada por seu irmão José (Cacá Amaral), com quem vive. É aí que ele decide levá-la em uma viagem de carro até Buenos Aires  e, no país vizinho, Rosália vê pela primeira vez um mundo desconhecido e distante de sua vida cotidiana. O filme será novamente exibido na quinta-feira, dia 8 de novembro, às 15h, em versão  com audiodescrição e legendagem descritiva.

“Animal Cordial”

Murilo Benício, em cena de “Animal Cordial”

O filme se passa em um restaurante de classe média em São Paulo, que é invadido por dois ladrões ao final de um dia comum de expediente. O dono do estabelecimento, o cozinheiro, uma garçonete e três clientes são rendidos. Entre a cruz e a espada, Inácio (Murilo Benício) – o homem pacato, o chefe amistoso e cordial – precisa agir parra defender seu restaurante e clientes da dupla de assaltantes. Esta é a segunda exibição do filme no Festival Primeiro Plano 2018. A primeira delas aconteceu na noite de ontem, no Teatro Paschoal Carlos Magno.

Outros longas

A programação do Festival ainda conta com mais com as estreias de mais quatro longas-metragens. A entrada para todas elas é gratuita e o ingresso pode ser retirado na bilheteria dos espaços. Confira abaixo os locais, dias e horários de exibição de cada um deles:

Quarta-feira | Dia 7 de novembro

– 19h | Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida (Cinemais Jardim Norte)

– 21h15 | Pela janela, de Caroline Leone (Teatro Paschoal Carlos Magno)

Quinta-feira | Dia 8 de novembro

– 15h | Pela janela, de Caroline Leone (Teatro Paschoal Carlos Magno) Sessão com audiodescrição e legendagem descritiva

– 21h15 | Vende-se esta moto, de Marcus Vinicius Faustini (Teatro Paschoal Carlos Magno)

Sexta-feira | Dia 9 de novembro

– A cama, de Monica Lairana (Teatro Paschoal Carlos Magno)

Sábado | Dia 10 de novembro

– O homem que cuida, de Alejandro Andújar (Teatro Paschoal Carlos Magno)