O ano de 2014 foi decisivo para muitos eventos culturais no Brasil. Ano de Copa, de Eleições e de mudanças sociais que potencializaram a vontade de fazer cinema, de exibi-lo e de pensá-lo.
O Primeiro Plano, como parte desse processo, acompanhou essa vontade de continuar lutando pela sobrevivência dos festivais de audiovisual.
Há 12 anos, o Festival exibe longas e curtas-metragens mineiros, brasileiros e sul-americanos e assim sobrevive em meio ao deserto cultural que briga em se estabelecer nas cidades médias.
Mais um ano que celebramos o Festival que só se mantém graças ao público que o acompanha, aos realizadores que se dedicam em suas produções, aos apoiadores que compreendem o evento como parte da história de Juiz de Fora e a sua equipe, que mesmo diante das dificuldades, não o abandona.
Para dar inicio ao Festival, exibiremos o longa-metragem produzido em Cataguases, O Menino no Espelho, de Guilherme Fiuza. E, produzido na mesma lógica de guerrilha do festival, apresentaremos o curta do Prêmio Incentivo Primeiro Plano 6, Em Tempo de Peste, É Proibido Escarrar nos Gatos, de Claudia Rangel e João Matheus Cunha.
O Primeiro Plano vem ao longo de suas edições fortalecendo o intercâmbio cultural com nossos países vizinhos. Nesse caminho, este ano a Mostra Competitiva Nacional tornou-se internacional, sendo agora Mercocidades. A curadoria selecionou dentre os mais de 200 curtas inscritos, aqueles que melhor julgou representar o cinema contemporâneo na América do Sul.Exibirá ainda 30 curtas de Juiz de Fora e região da Zona da Mata na Mostra Competitiva Regional, comprovando mais um ano a existência de uma potencialidade dos realizadores mineiros. Assim como a Mostra Audiovisual de Juiz de Fora que exibe os trabalhos dos veteranos do cinema da cidade.
O Festival traz ainda a estreia de longas-metragens com filmes que questionam a forma narrativa dos gêneros cinematográficos, como O Lobo atrás da Porta e o hibrido entre ficção e documentário, Ela Volta na Quinta. Além do documentário sobre as movimentações estudantis no Chile, A Valsa dos Inúteis e a poesia visual de A História da Eternidade.
Traz ainda o tema Inter-Sessões para debater as possibilidades de linguagem que o cinema incorpora expandido os limites dos dispositivos. Propomos em torno disso, o debate no Encontro Internacional Audiovisual de Juiz de Fora acerca das diversas maneiras de se pensar o cinema para além da sala escura, da tela plana e da narrativa padrão. Além da Sessão Infantil com a animação O Menino e o Mundo, da Mostra em Benfica, de oficinas e de debate com os realizadores.
Uma edição de guerrilha em um campo de diversas lutas a favor da cultura na cidade e no país!