A foto já apresenta o texto que descreve a edição deste ano de 2020.
Na foto, estão reunidos só uma parte da equipe. Nem importa tanto quem são e o que fizeram, pois fazem parte de um todo do festival que foi construído em conjunto com outros e outras.
No calor do momento, na urgência do registro, o print screen revela os dispositivos atuais dos modos de capturar imagens, de contar histórias e de criar narrativas.
Se há uma lição a ser tirada em cada crise, a nossa foi de que não há crise que supere a potência de um festival de cinema. Os festivais mostram uma visão de mundo: um modo de olhar para o cinema, para os(as) realizadores(as), para o mercado. Sem os festivais, uma parte do cinema fica órfã de espaço e de visibilidade. O evento online então permitiu, por um lado, um acesso maior aos filmes àqueles que não podiam ir presencialmente aos festivais. Mas, por outro lado, restringiu a exibição apenas ao público que apresenta condições favoráveis de internet.
Como diversas pessoas, tivemos também que nos adaptar ao novo cenário. Mantivemos nossas mostras competitivas principais: Mercocidades e Regional. E também cumprimos com nosso compromisso com a capacitação audiovisual por meio das oficinas. Promoveremos também debates sobre os filmes com os(as) realizadores(as) e o público. Exibiremos ainda dois longas-metragens: Maria Luiza (Marcelo Díaz, 2020) e O professor (Cristina Tamagnini e Julián Dabien, 2020).
Nesta edição excepcional, aprendemos a usar novas plataformas que ampliam o acesso ao festival e conservamos seu espírito composto por filmes, debates, multiplicidade, público e uma equipe que não desiste nunca.
A pandemia do Coronavírus nos fez perder muito, como nosso amigo Alexei Divino, um companheiro e um entusiasta do cinema em Juiz de Fora. Dedicamos o Primeiro Plano 2020 a você, Alexei, e a todas as pessoas que perderam amigos(as) e familiares. Não há ganho quando se perde tanto. Seguimos, confiando que novas ondas levem nossas angústias e tragam mais esperança.