Apresentação

Resistimos.

Em 2017, lutamos para não sumir. A luta para existir é no dia a dia do confronto com tudo aquilo que nos impele para desistir. E resistimos.

O cinema dá a forma para a resistência, coloca no som e na imagem o grito e a cara dos que resistem. Fazer cinema é antinatural e antidemocrático, cria outros lugares, outros seres; ele não é apenas uma linguagem, é uma outra linguagem. Os festivais são cinemas, são lugares sem forma, são frontes onde a cada ano acampam os filmes que transfiguram a ideia de cinema.

O Primeiro Plano tem uma única natureza que foi imposta no seu nascimento: exibir os filmes de estreantes e, com isso, inaugurar a cada edição um outro olhar. Os curtas deste ano se comunicam pelos afetos que não se deixam calar; sem temer, expressam os diversos mundos possíveis que morreriam se não fosse a resistência. Em 2017, vemos a diversidade desses mundos e, nestes, também habitam os controladores, os que querem apenas um mundo, um corpo, um cinema possível. É nos longas que veremos os lugares estranhos que fogem a esse controle e afirmam apenas a existência, tanto de um como de outros.

As oficinas se tornam lugares de instrumentalização para atuar no set de cinema; formamos realizadores para fazer de Juiz de Fora um cenário de resistência. As crianças e jovens vão ocupar as cadeiras grandes que deixam a tela ainda maior, vão ocupar um espaço que não tem brinquedos azuis e nem rosas, há, no lugar, um imaginário que as libertam.

Ainda engatinhamos na acessibilidade, mas há um foco que se amplia a cada ano, pois nesta edição teremos duas sessões com audiodescrição e legendagem descritiva. E iremos até aqueles que não conseguimos trazer até nós, como a Escola Municipal Nagib Félix Cury, no bairro Penido.

O Primeiro Plano foi criado para ocupar um lugar, hoje, não precisa de lugar, ele existe em qualquer território, muro, sala, espaço e barreiras, pois, enfim, entendemos que, para ocupar, basta existir.

Como o cinema, os festivais resistem!

A Equipe!